sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ecletismo e Ecologia 1968-1975


     Na década de 70 a indústria de todo o mundo lutava contra a inflação e a crise econômica deflagrada pelo aumento de 70% no preço do petróleo em 1973. Nesse período o mundo assistia a Guerra do Vietnã, distúrbios raciais e protestos estudantis nos EUA e na Europa. Todo esse clima contribuiu como inspiração para vários estilistas. Exploraram também a moda retrô das décadas de 1930 e 1940. Nesse período a moda deixou de ser um ditame do estilista para ser uma escolha pessoal.






     Muitos textos do fim da década de 60 a favor da libertação feminina tiveram uma influência sobre muitos jovens com consciência social e de moda; o estilo menininha foi abandonado em detrimento de estilos mais adultos. O estilo anti autoritário e de protesto assumiu a forma da roupa "hippie".


     O musical Hair de 1968 retratava o comportamento dos hippies que rejeitavam valores corporativos urbanos e valorizavam o amor e o retorno à natureza. Esse espírito de "volta à terra" alimentou movimentos ecológicos. A sociedade estava se tornando multicultural  e os estilistas introduziram essa mistura nas suas coleções. Porém em 1968 Balenciaga fechou sua casa ao declarar que a alta-costura estava no fim.



     Yves Saint Laurent trazia constantemente novas idéias que levo-o a um amplo leque de fontes, como roupas camponesas, nacionais, ocupacionais, históricas, cinematográficas e cerimoniais. Em 1971 Yves evidenciou sua paixão pela moda na década de 40 em uma coleção que exagerava as características das roupas do tempo de guerra. Casacos de pele de raposa com ombros enormes eram usados com grandes turbantes e salto-plataforma.


     Pierre Cardin, principal rival de Yves Saint Laurent, foi um dos primeiros estilistas a colocar maxicasacos sobre minivestidos. Cardin permaneceu fiel à tradição de alfaiataria, dando ênfase no corte perfeito e nos tecidos de alta qualidade, rejeitando o visual étnico e a influência do traje histórico.


     A indústria de moda italiana, nesse período, estava prosperando. Os italianos tinham a vantagem das sedas, linhos de lã de luxo e dos outros couros mundialmente famosos no país. Nomes como Valentino e Mila Schön receberam a companhia de Giorgio Armani e Gianni Versace, que viriam a dominar a moda italiana da década de 80.
     Nova York continuava a ser o centro da indústria de moda americana. Peças avulsas informais e elegantes foram atualizadas por estilistas como Calvin Klein, Geoffrey Beene e Halston. Klein por exemplo deu preferência a materiais naturais como casimira, pelúcia, lãs finas entre outros.
     O lado mais jovial e maluco da moda americana foi representado por Stephen Burrows que se inspirava nas roupas dos motociclistas e na sua própria cultura afro-americana.


     No fim da década de 60 o blue jeans havia se tornado o uniforme universal entre os jovens. Em 73 o Prêmio de Moda Neiman Marcus foi oferecido a Levi Strauss pela "mais importante contribuição individual dos EUA para a moda de todo o mundo". A arte do denin atingiu independência quando foram personalizados pelos usúarios com bordados, tachas, rasgados , etc. Independência que continua até os dias de hoje.


     Em meados da década a moda masculina começou a mudar, as jaquetas perderam a cintura pronunciada, as bocas de sino saíram de moda para dar lugar a trajes mais largos, com pregas e linhas mais suaves.
     A tendência agora era a boa forma. A voga das academias que começou nos EUA, espalhou-se rapidamente. O movimento foi promovido por aqueles que acreditavam que um corpo em forma, sadio, significava uma vida melhor. A lycra alcançou independência nesse período, foi usada para perneiras e colantes.
     O regime de beleza ideal começava com o exercício. O movimento "Black is Beautiful" trouxe um número crescente de modelos negras entre elas Beverly Johnson, Princesa Elizabeth de Toro e Mounia Orhozemane para revistas e passarela. Os penteados favoritos incluíam o afro, as madeixas desgrenhadas "californianas" e tranças pré-rafaelitas.


     No final da década de 70 vigorava fantasias estilísticas mais sombrias, construídas em torno de imagens de violência e anarquia, mais conhecido como punk.