sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A moda racionada e o estilo caseiro.1939-1945

  Segunda Guerra Mundial.Tudo agora era mínimo. A lã e a seda eram utilizadas para uniformes e equipamentos do exército. Em 1930 a indústria têxtil americana Du Pont desenvolveu uma nova fibra sintética feita de fontes minerais e em 1938 a companhia anunciou a introdução do nylon. A contribuição dessa fibra inicialmente foi para a fabricação de meias e posteriormente para o vestuário e roupas de baixo.


   As roupas da época tinham que ser práticas para qualquer eventualidade da guerra. Molyneaux e Piguet apresentaram casacos com capuzes, Schiaparelli apresentou seus conjuntos com grandes bolsos, Digby Morton exibiu ''conjuntos sirenes'', com zíper e capuz que podiam ser vestidos rapidamente sobre as roupas de dormir durante os bombardeios aéreos. As bolsas eram grandes para acomodar máscaras contra gás e os sapatos eram atarracados com biqueiras curtas e saltos baixos para facilitar na hora de correr.


   Em 1940 as forças alemães ocuparam Paris e interromperam seu domínio da moda industrial.Muitas estilistas se viram obrigados a procurar outros lugares para continuarem seu trabalho. Adolf Hitler planejava transportar a indústria de moda de Paris para a capital alemã. Depois de várias discussões com Lucien Lelong, presidente da Chambre Syndicale , se convenceu que isso não seria possível e a costura permaneceria em Paris e serviria uma clientela franco-germânica. 
   Apesar da escassez de recursos, os bens de luxo eram bem valorizados na Alemanha.Os trajes eram bem extravagantes, os ombros eram arredondados, mangas extralargas, corpetes cheios moldavam a cintura. Os nazistas retratavam um ideal de feminilidade robusta e atlética-adequada para trabalhar a terra e conceber filhos. Em meados da década de 1930, deu-se preferência a estilos camponeses refletida nas blusas bordadas, lenços para o pescoço, conjuntos com suspensórios e vestidos estampados com motivos florais. Para poupar o couro as solas dos sapatos eram feitos de madeira. O peso nos calçados era compensado com chapéus altos e decorados.
   A maioria da população sofreu privações  por causa  da escassez. Muitas fábricas de familias judias foram fechadas e seus proprietários enviados para a morte. As mulheres refaziam as roupas velhas com novos estilos. As calças limitavam-se a um único bolso no quadril e as barras italianas estavam proibidas.Os chapéus femininos eram pequenos, toques com véu eram populares, além de boinas e toucas que moldavam a cabeça.
   Os estilos civis tornaram-se menos formais, camisa e pulôveres de pescoço aberto, usados com calças de flanela ou tecidos canelados eram preferidos , no lugar do terno e gravata. Foi abolido o colete , abas nos bolsos, barras italianas e suspensórios.
   Devido à escassez nas roupas, a ênfase recaí sobre os penteados e as maquiagens. A partir de 1942, os cabelos na altura dos ombros tornaram-se populares e as estrelas de Hollywood inspiraram inúmeras mulheres a dividir o cabelo para o lado.
   A partir de 1942 o foco da moda era o ventre , descoberto nos trajes para o dia e na praia. As revistas sugeriam investidas  em motivos simples, como uma saia e uma blusa para a praia e uma roupa de banho.
   Para os homens uma alternativa para os uniformes e a moda do tempo de guerra foi o conjunto zoot, que surgiu em meados da década de 30, e teve o seu grande impacto quando foi usado por americanos negros e de origem latina. O conjunto zoot  era exagerado com ombreiras extravagantes, calça-balão, cintura alta, bocas estreitas e barras italianas. Os tecidos eram de cores brilhantes e chamativas com listras e xadrez e sapatos e duas cores. As jovens usavam jaquetas, correntes, saia apertada, meia arrastão e sapatos com salto alto.


   Em 1945, fim de guerra, as revistas retratavam a nova feminilidade, trajes que davam uma impressão mais cheia, tornaram-se populares, decotes ovais e recorte princesa.




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